Desabafos

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Para longe

Rapidamente vesti uns trapinhos, peguei nas chaves e saí de casa. Eram 4H07 da manhã, precisava de ar: já não havia sono que abafasse aquele sufoco noturno a não ser o burburinho dos ventos de inverno que por aquelas ruas desertas passeavam. Precisava da companhia deles, que me levassem para onde quisessem, desde que fosse para muito longe. Por aquele rumo segui sem me preocupar com nada. E por ali apenas vagueava um corpo, o meu corpo. O resto? Deixei preso debaixo dos lençóis, precisava de paz, de encontrar uma nova parte de mim noutro lugar diferente da rotina. Passados uns dois quilómetros, sentei-me na sarjeta e refleti sobre os aspetos positivos da minha vida, sem sequer deixar que os menos apelativos para o meu sorriso se intrometessem. Eu sei, daqui a menos de 5 horas lá vou eu cruzar-me com as mesmas pessoas, apanhar o trânsito habitual, o convite habitual da minha colega para o cafézinho e tertúlias variadas, assim como o momento em que a porta da empresa se fecha... Mas eu gosto, é a minha vida, e esta ninguém a vive por mim. Por vezes faz bem quebrar a rotina, cometer loucuras se for preciso...
E assim voltei para o meu lar, com a cama limpa do desespero, cansaço e confusão que ocupava as minhas preciosas horas de sono que tanto preciso. Posso dizer que aquelas duas horas que dormi, foram uma das melhores da minha vida. 

2 comentários:

  1. Já segui! (Sou a primeira, que orgulho!)
    És tu que escreves isto?
    Se és, tens um belo de um talento oculto que eu desconhecia!

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    1. Pois és, eheh! :)
      A sério que gostas? Muito obrigada! Sim, sou eu que escrevo isto... :)

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